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3 mitos sobre remédios para Labirintite | Dra. Daniela Janolli

Remédios para Labirintite: conheça os principais e os seus riscos

Os principais remédios para Labirintite são excelentes para tratar os sintomas. Mas não são a solução para o tratamento de uma doença em específico.

Introdução

O bom resultado de um remédio advém, principalmente, do seu mecanismo de ação no corpo, atuando tanto no mecanismo do sintoma quanto na formação da doença.

Por exemplo, diante de uma dor de cabeça por enxaqueca: a dipirona pode melhorar o sintoma, mas não tratará a causa dela.

Alguns medicamentos para tontura funcionam para melhorar o sintoma de tontura, mas não para tratar a doença.

Para tratar a doença, é preciso saber qual é essa doença.

Os remédios mais comumente prescritos para labirintite, como dimenidrinato (nome comercial Dramin), meclizina (nome comercial Meclin), flunarizina (nome comercial Vertix), cinarizina (nome comercial Stugeron) e ondansetron (nome comercial Vonau), atuam reduzindo os sintomas de tontura e enjoo. No entanto, não tratam nenhuma doença específica. Eles são excelentes para ajudar nas crises, mas não vão impedir que novas crises ocorram.

Principais remédios para Labirintite

⁠Dimenidrinato e Meclizina

Ambos são da classe de anti-histamínicos H2, ou seja, agem competindo com o receptor de histamina, que é um dos mensageiros químicos utilizados no sistema de equilíbrio no cérebro. Eles agem sedando o sistema de equilíbrio e, assim, reduzindo alguns tipos de tontura, além de reduzirem o sintoma de enjoo através de outros mecanismos.

Não há diferença entre o Dramin e o Dramin B6 em termos de resultado e efeitos adversos.

O principal efeito adverso de ambos é a sonolência.

Flunarizina e Cinarizina

São da classe dos bloqueadores de canal de cálcio. Ao bloquear o canal de cálcio, é bloqueada a transmissão de informação em algumas células nervosas e também no labirinto. Assim como o Dramin e o Meclin, também sedam o labirinto, gerando redução da tontura. Não atuam no enjoo.

São muito bem utilizados nas crises de tontura; no entanto, deve-se tomar cuidado com o uso contínuo pelo risco de ganho de peso, depressão, tremores (semelhantes aos do Parkinson), rigidez e lentidão.

Betaistina (Labirin, Betina, Betaserc)

A betaistina melhora a circulação sanguínea do ouvido interno, e há estudos que indicam que a betaistina acelera a recuperação do equilíbrio após neurectomia (secção do nervo do labirinto), promovendo e facilitando a compensação vestibular. Este efeito, caracterizado por uma regulação na liberação de histamina, é mediado pelo antagonismo dos receptores H3.

Além disso, a betaistina altera a ativação neuronal no núcleo vestibular, o principal centro no cérebro de interseção das informações dos sensores do equilíbrio.

As principais indicações desse medicamento são na Doença de Ménière e na compensação central de alguma sequela do sistema vestibular.

Não é comumente utilizado em crises.

Deve-se ter cuidado no uso em asmáticos e portadores de úlcera gástrica.

Cuidados importantes com remédios para Labirintite

Nenhum desses medicamentos é controlado e pode ser usado facilmente, mesmo sem a adequada indicação, o que pode gerar problemas.

Toda medicação, até mesmo vitaminas, pode ter efeitos colaterais. E toda medicação, se não utilizada adequadamente, pode ser perigosa para a saúde.

Ah… mas minha vizinha toma betaistina há 5 anos, está ótima da labirintite e não sente nada.” Você não é todo mundo.

Você sabia que a betaistina tem contraindicações? Pode contribuir para uma crise asmática e piora de uma úlcera gástrica.Talvez isso não seja um problema para sua vizinha, mas em alguém com asma grave pode ser risco de vida.

Você sabia qu e o uso prolongado de dimenidrinato e meclizina pode levar a uma sedação do seu sistema de equilíbrio e até mascarar o sintoma de uma vertigem, mas provocar desequilíbrio?

E que é contraindicado o uso prolongado de flunarizina e cinarizina pelo risco de tremores semelhantes aos da doença de Parkinson e depressão?

Isso quer dizer que remédio é tudo ruim? Não, mas o risco de utilizá-los sem a adequada orientação é grande, no sentido de não melhorar um quadro de tontura e, além disso, trazer efeitos colaterais.

O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa. Portanto, se você suspeita que possui uma das principais doenças que causam tontura, consulte um especialista em Doenças do Labirinto.

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