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Paroxismia Vestibular | Dra. Daniela Janolli

Paroxismia Vestibular: Tontura ao movimentar a cabeça

A tontura que surge ao movimentar a cabeça pode ser um sintoma de várias doenças. Contudo, neste artigo, abordaremos a paroxismia vestibular, uma condição rara cujo principal sintoma é a sensação de que tudo gira ou se move. Essa tontura dura, geralmente, alguns segundos, podendo chegar a um minuto. Além disso, ocorre tanto ao movimentar a cabeça quanto em momentos de repouso, sem qualquer atividade.

O que é Paroxismia Vestibular?

A paroxismia vestibular é um distúrbio vestibular episódico que se manifesta com alta frequência de crises. Aliás, foi descrita pela primeira vez em 1975 como “vertigem posicional incapacitante”, sendo também conhecida como síndrome de compressão microvascular (SCM).

A SCM envolve sintomas auditivos e vestibulares ou de posicionamento, que geralmente respondem ao tratamento com medicamentos para neuralgia. Portanto, é fundamental excluir outras causas, como Doença de Ménière, enxaqueca, labirintite e fístula.

A evolução da doença costuma ser crônica, durando mais de três meses, com alguns pacientes apresentando centenas de crises ao ano.

Acredita-se que a paroxismia vestibular ocorra devido à compressão do oitavo nervo craniano, também chamado de nervo vestibulococlear, por uma artéria. Dessa maneira, esse nervo inerva o ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e audição.

Paroxismia Vestibular | Dra. Daniela Janolli
Localização do nervo vestibular (8º nervo craniano)

No entanto, há controvérsias sobre a causa exata dessa compressão. O Dr. Timothy Hain, neurologista e professor emérito na Northwestern University Medical School, em Chicago, sugere que os sintomas podem estar relacionados à irritação nervosa. Em conclusão, ele aponta que as características principais da síndrome sugerem um problema de natureza elétrica, deixando a causa exata indefinida.

Quais são os sintomas da Paroxismia Vestibular?

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Ataques de vertigem, tanto rotatória quanto não rotatória, que podem durar de uma fração de segundo a mais de um minuto.
  • Em geral, ocorrem com alta frequência, variando de alguns episódios por mês até 30 por dia.
  • A maioria dos ataques acontece espontaneamente, sem um gatilho aparente. No entanto, alguns podem ser desencadeados por movimentos da cabeça ou hiperventilação.
  • Causam instabilidade, já que os episódios ocorrem, até mesmo, em pé ou caminhando.
  • Durante as crises, também pode haver zumbido em um dos ouvidos e sensibilidade ao som. Surpreendentemente, os ataques costumam ser crônicos, com duração de 3 meses ou mais.

Como o especialista faz o diagnóstico da Paroxismia Vestibular?

O diagnóstico é baseado nos sintomas apresentados pelo paciente. Primeiramente, é essencial excluir outras síndromes que cursam com vertigem episódica de curta duração, como VPPB, Doença de Ménière e neurite vestibular.

A vertigem na Paroxismia Vestibular (PV), desencadeada por movimentos da cabeça, não é fatigável como nos casos de VPPB. Ademais, os sintomas não são aliviados pelo uso de supressores vestibulares. Na PV, os pacientes não apresentam a perda auditiva flutuante característica da Doença de Ménière. Já a neurite vestibular, tem início agudo e melhora gradualmente, facilitando sua identificação.

A ressonância magnética pode identificar a compressão do 8º nervo craniano. Porém, seu papel no diagnóstico ainda é incerto, pois essa compressão é frequentemente encontrada em indivíduos saudáveis.

Portanto, assim como em outras doenças do labirinto, o médico deve se atentar ao histórico detalhado do paciente e compará-lo com os achados clínicos para garantir um diagnóstico preciso.

Critérios para o diagnóstico da Paroxismia Vestibular

Conforme os critérios diagnósticos, temos:

Paroxismia Vestibular Definida:

  • A princípio, pelo menos 10 episódios de vertigem, rotatória ou não rotatória;
  • Duração inferior a 1 minuto;
  • Ocorrem espontaneamente;
  • Apresentam um padrão estereotipado em um mesmo paciente;
  • O tratamento responde positivamente com o uso de carbamazepina ou oxcarbazepina;
  • Por fim, não são melhor explicados por outro diagnóstico.

Paroxismia Vestibular Provável:

  • Pelo menos, 5 episódios de vertigem, rotatória ou não rotatória;
  • Duração de menos de 5 minutos;
  • Ocorrem espontaneamente ou são desencadeados por certos movimentos da cabeça;
  • Apresentam um padrão estereotipado em um mesmo paciente;
  • Por fim, não são melhor explicados por outro diagnóstico.

Como tratar a Paroxismia Vestibular?

O uso de anticonvulsivantes, como carbamazepina ou oxcarbazepina, pode reduzir a intensidade, frequência e duração dos ataques. Essas medicações melhoram o isolamento do nervo afetado e eliminam a irritação causada pelos vasos ao redor.

Portanto, uma resposta positiva a esses medicamentos reforça o diagnóstico de Paroxismia Vestibular. O tratamento cirúrgico não é recomendado.

Se você está sentindo os sintomas descritos nesse artigo, o mais indicado é realizar uma consulta com um otorrinolaringologista. O especialista certamente fará uma investigação mais profunda para um diagnóstico correto, já que outras doenças apresentam características similares, e que são efetivamente mais comuns.

O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa. Consulte um especialista em Doenças do Labirinto.

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