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Por onde começa o tratamento do zumbido

Começa exatamente pelo começo

Essa afirmação pode te parecer estranha. Mas sabemos hoje que uma etapa importante no tratamento do zumbido. Uma etapa que não pode ser pulada em nenhum caso! É a explicação sobre o sintoma.
Isso mesmo, entender da onde vem, como funciona e porquê você está convivendo com o zumbido, além de desmistificar possíveis crenças em relação a ele tem a capacidade de diminuir o incômodo que ele causa.
Aliás o tratamento é focado em diminuir o incômodo e o sofrimento que ele causa. E essa etapa inicial chama: aconselhamento. O problema é: poucos otorrinos entendem a importância disso. E ao invés de tranquilizarem a acolherem seus pacientes, os deixam mais frustrados com frases como:

  • “Zumbido não tem cura”
  • “Você precisa aprender a conviver com isso”
  • “Não há nada que eu posso fazer”

Essas “sentenças” alimentam o medo do sintoma: o medo de não se livrar dele, de não ter “paz”, de não ter qualidade de vida, e quem tem zumbido adiciona na sua cesta de problemas, a idéia de que além de não ter o que fazer. Não tem ninguém que o entenda e ajude. Quando na verdade, o que quem sente zumbido mais precisa, é ter sua queixa validada.
Entender porquê e como esse zumbido se forma, sentir que ele existe mesmo e “não é coisa da minha cabeça” já tem um impacto substancial no tratamento. Mais uma vez, o foco do tratamento é diminuir o incômodo – ou seja, tentar levar o zumbido para o inconsciente diminuindo sua percepção e seu impacto no dia a dia de quem o sente.

Vamos entender então?

Hoje sabemos que para uma pessoa ter zumbido, ela precisa ter algum problema no ouvido – um dano ao ouvido ou redução da capacidade auditiva (como uma cera), que nem sempre irá aparecer no exame de audição.
O cérebro percebe esse dano afinal é ele quem realmente escuta (o ouvido apenas capta o som) e tenta corrigir o problema! Pense no cérebro como uma pessoa bem metódica e perfeccionista que gosta de tudo funcionando perfeitamente. Mas o cérebro não manda no ouvido… Ele manda apenas nele mesmo e nos nervos..
Então para resolver o problema ele decide mexer com um nervo super importante: o nervo que conduz a informação dos ouvidos até o cérebro. Para que o nervo conduza a informação mais facilmente!
Pense no nervo como um fio elétrico da sua geladeira, que precisa de uma corrente elétrica mínima conduzida pelos fios para funcionar. Por exemplo: precisa de uma corrente mínima de 60 amperes – menos que isso a geladeira não funciona direito, e o seu nervo não transmite a informação do ouvido ao cérebro.
Na tentativa de corrigir o problema: o cérebro diminui a corrente mínima para 20 amperes (por exemplo) deixando esse nervo mais fácil de conduzir a informação, até mesmo a informação do silêncio. O silêncio não é necessariamente a ausência de som! Até porquê esse nervo NUNCA para de funcionar.
Mas será que ficamos em silêncio algum momento?
Afinal várias partes do nosso corpo podem produzir barulhos: os vasos pulsando, os músculos movendo, os intestinos se movem, respiramos. Mas muitas dessas informações não tem aquela corrente elétrica mínima ou não tem um ritmo. Quando não há ritmo na informação o cérebro interpreta como silêncio.
Quando o cérebro deixa o nervo mais fácil de conduzir. Algumas informações podem apresentar ritmo e corrente elétrica mínima para serem conduzidas e gerando o zumbido.
Mas te pergunto qual o problema em ouvir um ruído? Por exemplo nesse momento a minha geladeira e filtro estão apitando bem agudinho tipo um zumbido agudo…
Como isso não me incomoda, o cérebro em breve irá ignorar e colocar esse som no inconsciente. Mas eles continuarão lá! Não deixaram de existir! Porquê o som da sua geladeira fica no seu inconsciente e o seu zumbido não?
Por causa do significado atribuído a ele.
Ao atribuir um significado negativo para o zumbido, o cérebro liga as sirenes de perigo. E quanto mais alguém com esse sintoma ouve de um profissional de saúde, amigos e até mesmo de outros pacientes com zumbido em grupos:

  • “Não tem o que fazer”
  • “Conforme-se”
  • “Minha tia teve e ficou surda”
  • “Um primo do sobrinho do meu amigo tinha e ele também tinha um tumor”
  • “Aprenda a conviver”
  • “Não existe tratamento”

Mais sinais de alerta o cérebro cria. E o cérebro agarrado a essas emoções, ao medo, a angústia vai deixando o sintoma cada dia mais incômodo. Para tratar esse incômodo é preciso desvincular essas crenças e medos, entender quais são reais e quais são balela e fake news.

Você precisa desmistificar todas as sirenes que foram criadas

Agora que você entendeu como funciona esse sintoma, e ao entender as possíveis causas relacionadas e ele, algumas daquelas sirenes podem desligar. Ressignificando o sintoma e aprendendo o que o piora e o que pode ajudar a diminuir o incômodo.
O que afeta o cérebro afeta o zumbido: fica mais fácil de entender também porque propomos tantas mudanças no tratamento:

  • no sono
  • na alimentação
  • no tratamento da dor
  • na movimentação física
  • no manejo do estresse.

Afinal o zumbido está no cérebro, então o que mexe com ele também mexe o zumbido! Como um copo cheio que transborda.
Com essas informações em mãos, se pergunte:

  • qual o significado do seu zumbido para você?
  • porquê esse barulho te incomoda enquanto outros no seu dia a dia não tem incomodam?
  • qual o medo que vem do seu zumbido?

Converse sobre isso com seu médico!

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