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Tontura Postural Perceptual Persistente: você tem medo de ter crise de tontura? | Dra. Daniela Janolli

Tontura Postural Perceptual Persistente: você tem medo de ter crise de tontura?

A Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP) é uma das principais responsáveis pela tontura crônica. Essa é uma condição complexa, desencadeada como reação do sistema de equilíbrio a algum fator estressante.

Você sente…

Uma tontura difícil de descrever? Como se estivesse balançando ou instável, de forma constante? Ela piora e melhora dependendo da situação? Surge acompanhada de medo e ansiedade? Talvez piore em lugares como lojas, supermercados, shoppings ou até campos abertos? E, ao deitar, você sente alívio desses sintomas?

Além disso, você percebe que pensa na tontura o tempo todo? Sente medo de ela piorar, de cair, de ser incapacitado por ela? Ou até de ela aparecer enquanto você está dirigindo?

Essa sensação te deixa ansioso(a), preocupado(a) e sempre atento(a) ao seu equilíbrio?

Se você respondeu sim à maioria dessas perguntas, é hora de conversar com seu médico sobre uma condição chamada Tontura Postural Perceptual Persistente.

O que é Tontura Postural Perceptual Persistente?

A Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP), anteriormente chamada de vertigem fóbica, é uma das principais causas de tontura crônica — aquela que persiste e se manifesta diariamente. Assim sendo, trata-se de uma condição complexa que ocorre como uma reação do sistema de equilíbrio a um agente estressor.

O sistema de equilíbrio do corpo depende de diversas estruturas, como a visão, os labirintos, os músculos e as articulações, todas coordenadas pelo cérebro. No entanto, na TPPP, o cérebro deixa de confiar nas informações enviadas pelo labirinto e por conseguinte, prioriza os dados visuais, o que, inevitavelmente, resulta em um desequilíbrio perceptivo.

Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP) | Dra. Daniela Janolli

Sintomas e impactos

A tontura associada à TPPP é difícil de descrever, muitas vezes referida como uma sensação de instabilidade, “cabeça pesada” ou “balanço constante”. Embora sua intensidade varie, ela piora em algumas situações específicas, como:

  • Permanecer em pé ou em movimento (andar ou estar de carro).
  • Estar em ambientes com muita informação visual, como supermercados, shoppings, ruas movimentadas ou locais com luzes refletidas.

Por outro lado, os sintomas costumam melhorar ao deitar. Entretanto, o impacto emocional e funcional é significativo. Muitos pacientes descrevem um medo constante de crises de tontura, o que aumenta a ansiedade, perpetuando o ciclo dos sintomas.

Além disso, o paciente frequentemente ouve frases como “seus exames estão normais” ou “é só emocional”. Essa invalidação causa ainda mais frustração e piora do quadro, já que a TPPP não é frescura e prejudica muito a qualidade de vida.

Como a Tontura Postural Perceptual Persistente surge?

A TPPP pode se desenvolver após:

  • Crises de tontura causadas por outras doenças do labirinto (como migrânea vestibular ou Doença de Ménière).
  • Condições estressantes ou traumáticas, como doenças clínicas graves ou sofrimento psicológico.
  • Uso de medicações específicas.

A doença funciona como um “estresse pós-traumático do equilíbrio,” em que o cérebro aumenta a vigilância sobre o equilíbrio. Esse estado pode incluir um desbalanço nos controles cerebrais que regulam a postura, com predominância da visão e associação à ansiedade.

Como é feito o diagnóstico da Tontura Postural Perceptual Persistente?

O diagnóstico da TPPP é clínico, ou seja, baseado na história do paciente e nos critérios abaixo:

  1. Tontura persistente (não rotatória), sensação de instabilidade ou vertigem presentes na maioria dos dias por pelo menos 3 meses.
  2. Sintomas que pioram em:
    • Posição em pé.
    • Movimentos (ativos ou passivos).
    • Exposição a ambientes com estímulo visual complexo.
  3. Precipitação do quadro por:
    • Doenças do labirinto.
    • Condições neurológicas.
    • Sofrimento psicológico ou doenças clínicas graves.
  4. Sintomas significativos que afetam a funcionalidade e a qualidade de vida.
  5. Ausência de explicação por outras doenças.

Embora os exames não confirmem diretamente o diagnóstico, são realizados para descartar outras condições, como deficiência de vitamina B12, diabetes, alterações da tireoide ou doenças metabólicas que podem agravar o quadro.

Tratamento

O tratamento da TPPP é multidisciplinar, combinando diferentes abordagens:

  1. Medicação: Fármacos podem ser usados para reduzir os sintomas e melhorar o equilíbrio neuroquímico.
  2. Reabilitação vestibular: Exercícios específicos ajudam a “recalibrar” o sistema de equilíbrio do cérebro.
  3. Psicoterapia: Terapias como a cognitivo-comportamental são essenciais para lidar com o medo e a ansiedade associados.
  4. Ajustes no estilo de vida: Práticas como boa alimentação, sono regular e controle do estresse contribuem para a recuperação.
  5. Avaliação e manejo de comorbidades: Condições como transtorno de ansiedade ou agorafobia devem ser identificadas e tratadas paralelamente.

Reflexão Sobre o Medo

A TPPP não afeta apenas o corpo, mas também a mente. O medo constante de novas crises de tontura pode limitar atividades simples, como dirigir, ir ao supermercado ou até mesmo sair de casa. Essa vigilância constante sobre o equilíbrio cria um ciclo de ansiedade que piora os sintomas.

É fundamental que os profissionais de saúde compreendam essa complexidade e validem as experiências dos pacientes. A TPPP não é uma “labirintite emocional” ou uma condição puramente psiquiátrica. Ela é real, séria e tratável.

Com o tratamento adequado e o suporte correto, é possível recuperar a qualidade de vida e superar o impacto emocional causado por essa condição. Se você se identificou com os sintomas descritos, procure um médico especializado e comece seu caminho para a recuperação.

Vídeos

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O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa. Consulte um especialista em Doenças do Labirinto.

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