Tontura e sensação estranha na cabeça: 6 possíveis causas

Introdução: tontura e sensação estranha na cabeça?

Os pacientes, em geral, têm muita dificuldade em descrever o “tipo” de tontura e esta sensação estranha na cabeça que estão sentindo. Relatam de diversas maneiras: “sensação de flutuação”, “cabeça vazia”, “cabeça pesada” ou “cheia” e, às vezes, até mesmo uma “sensação de estar bêbado”, de instabilidade.

Mesmo que haja dificuldade para o paciente explicar, qualquer detalhe sobre o seu sintoma é essencial para o diagnóstico e tratamento adequado.

A tontura é um sintoma que, muitas vezes, pode ser superficial. Afinal, existem diversas doenças que podem ser responsáveis por desencadeá-la, por isso a importância de todo o relato vivido pelo paciente, que certamente será muito diferente de uma pessoa para outra.

Além disso, a tontura pode ser causada por condições de saúde muito comuns na população, como uma queda de pressão ou da taxa de glicose. No entanto, algumas doenças e transtornos podem gerar este tipo de tontura e dar sinais claros para o seu diagnóstico.

Principais condições que causam tontura e sensação estranha na cabeça

Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP)

Vertigem fóbica é o nome antigo para esse transtorno, que é a causa mais comum de tontura em pessoas com menos de 60 anos.

A Tontura Postural Perceptual Persistente (TPPP) gera uma sensação que altera o equilíbrio. Essa sensação na cabeça é descrita de maneiras variadas pelos pacientes: instabilidade que piora ao ficar em pé e caminhar, melhora ao sentar e deitar, piora em ambientes com muita informação visual (como mercados e shoppings), podendo vir acompanhada de sensação de cabeça vazia, oca, pesada ou de “cérebro solto”.

A TPPP costuma ocorrer após um episódio de tontura de qualquer tipo (queda de pressão ou de açúcar no sangue, crise de Ménière, crise dos cristais soltos, crise de ansiedade ou pânico) e evolui com sintomas diários que variam em intensidade. No entanto, nem sempre esses sintomas estão presentes o tempo todo, embora a maioria das pessoas sinta a tontura constantemente.

O diagnóstico é clínico e depende da história dos sintomas e da exclusão de condições que levem a sintomas similares.

O tratamento é realizado com medicamentos da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina ou inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, conhecidos como “antidepressivos”, que ajustam a química cerebral desses mensageiros químicos importantes para o equilíbrio.

Hipofunção vestibular: quando o labirinto não funciona

A hipofunção vestibular significa um funcionamento reduzido do labirinto, que pode afetar um ou ambos os labirintos, causando sintomas de tontura tipo instabilidade ao movimentar a cabeça e caminhar, com melhora quando a cabeça está parada. Esses sintomas podem se agravar em ambientes com muita informação visual, como mercados e shoppings.

A hipofunção vestibular, por si só, não é uma doença, mas sim uma consequência ou sequela de alguma condição patológica. Por exemplo, após uma neurite vestibular (inflamação do nervo que leva a informação do labirinto ao cérebro), pode haver a sequela de um funcionamento reduzido desse nervo.

Algumas outras condições que podem gerar hipofunção vestibular incluem:

• Envelhecimento (presbivestibulopatia);
• Doenças autoimunes;
• Labirintite (real, verdadeira, leia mais aqui);
• Doenças genéticas e outras.

Diabetes e pré-diabetes

Todo o nosso corpo utiliza o açúcar do sangue para produção de energia e seu funcionamento, e os labirintos não fogem dessa regra.

Para que o açúcar entre nas células do corpo, ele precisa de uma “chave” chamada insulina.

Pessoas com diabetes e pré-diabetes desenvolvem uma “fechadura” que emperra, impedindo que a chave funcione corretamente. Isso faz com que o corpo produza mais chaves (insulina). No entanto, em um determinado momento, ocorre que esse excesso de chaves começa a funcionar de uma vez só!

Quando o açúcar entra rapidamente nas células e, consequentemente, cai rapidamente no sangue, chamamos isso de hipoglicemia! Essa hipoglicemia e a alta insulina interferem no funcionamento das células do labirinto, sendo que o aumento da insulina é tóxico para essas células.

Alguns pacientes podem apresentar tontura devido a essa condição, e a tontura é inespecífica: geralmente uma sensação de flutuação ou mareamento, que ocorre após a ingestão de grandes quantidades de açúcar ou após um longo período em jejum.

Hormônios femininos: TPM, gestação e Menopausa

Os hormônios femininos desempenham um papel fundamental em todo o nosso corpo, inclusive no labirinto e na região do cérebro que processa o equilíbrio.

Dentro dos labirintos, há um líquido que precisa estar bem equilibrado em suas substâncias para garantir o bom funcionamento do ouvido. Nesse contexto, os hormônios progesterona e estrogênio influenciam esse líquido e também modificam o fluxo sanguíneo nos labirintos. Consequentemente, percebemos sintomas principalmente nas seguintes situações:

Primeiramente, na TPM, a progesterona atua no líquido do labirinto, podendo gerar sensação de ouvido entupido, mudança na audição e tontura.

Em seguida, durante a gestação, a queda de pressão pode gerar zumbido e tontura. Além disso, a progesterona pode melhorar a audição devido à sua ação no cérebro.

Finalmente, no climatério, a queda do estrogênio pode provocar instabilidade e zumbido.

Hipotireoidismo ocasiona tontura e sensação estranha na cabeça

O hipotireoidismo é um problema na glândula tireoide, que produz hormônios responsáveis por regular o funcionamento de todo o metabolismo do corpo. Esse problema pode gerar tontura do tipo flutuação e, além disso, pode causar zumbido e perda auditiva.

Adicionalmente, quando o hipotireoidismo está presente, ele pode descompensar outras doenças que afetam o labirinto, prejudicando o tratamento dessas condições. Portanto, é essencial diagnosticar e tratar o hipotireoidismo adequadamente para evitar complicações adicionais e melhorar a eficácia do tratamento de outras doenças labirínticas.

Outros sintomas do hipotireoidismo:

Deficiência vitamina B12

A vitamina B12 é essencial para o funcionamento dos nervos e do cérebro. Além disso, ela atua na formação dos glóbulos vermelhos do sangue e ajuda a manter a energia nos músculos.

Ela é proveniente de proteínas animais e pode estar deficiente em pessoas que não consomem proteína de forma adequada regularmente. Ademais, pacientes que utilizam alguns medicamentos, como a metformina (Glifage), podem ter a absorção dessa vitamina reduzida.

Portanto, é importante estar atento à dieta e ao uso de medicamentos que possam interferir na absorção da vitamina B12.

Quais são os sintomas da deficiênciada vitamina B12?

• formigamento
• dificuldade de concentração
• problemas de memória
• fraqueza e cansaço
• tontura

A tontura gerada pela deficiência geralmente é relata como cabeça vazia, cansada, flutuação ou até mesmo instabilidade nas pernas.

O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa. Consulte um especialista em Doenças do Labirinto.